sexta-feira, 17 de junho de 2011

Tipografia - trabalho teórico individual



A tipografia é a arte e o processo de criação na composição de um texto, física ou digitalmente, cujo objectivo principal é dar ordem estrutural e forma à comunicação impressa. Uma composição tipográfica deve ser especialmente legível e visualmente envolvente, sem desconsiderar o contexto em que é lido e os objectivos da sua publicação.
De forma simplificada, a tipografia é a transmissão de uma mensagem através de um texto devidamente moldado e adaptado àquilo que se pretende transmitir, na maior parte das vezes.
No exemplo que elegi, o objectivo foi construir um coração atravessado por uma seta, utilizando apenas frases de amor. Para isso, todas as letras tiveram de ser moldadas de maneira a ficarem com a forma de um coração, estando, no meio e destacado, a declaração mais importante de todas - "I love you". O tamanho e a cor das letras (neste caso, estas são vermelhas por representarem um coração) assume, como é óbvio, uma importância muito grande na construção de uma tipografia, de forma a destacar o que o seu autor considera mais relevante. O coração vermelho é composto por inúmeras outras frases românticas como "My heart cries for you!" e "Without you I am nothing", que vão ficando cada vez mais pequenas à medida que se aproximam do contorno. Finalmente, a seta preta transmite a ideia de sonho realizado, de objectivo encontrado, ao ter perfurado o coração com a frase "I am in LOVE that's what I was looking for".

Alguns exemplos de elementos e técnicas de comunicação visual - recolha individual de imagens

Linha

Escala

Tonalidade

Assimetria

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Cor - trabalho teórico individual

O processo através do qual nos apercebemos da existência e diferença entre as cores foi descoberto por Isaac Newton, quando este, em 1666, fez passar um raio de luz branca através de um prisma triangular transparente obtendo, assim, um conjunto de cores que ia do violeta ao vermelho.
A cor é um elemento importantíssimo, com uma carga de informação enorme. Serve para distinguir, para identificar, para simbolizar e, por isso, é indispensável no nosso dia a dia, pois a informação percebida pelo nosso cérebro consoante a cor apreendida pelos nossos olhos pode, inclusivamente, alterar as nossas atitudes (por exemplo, decidir atravessar uma rua só quando o semáforo dos peões estiver verde). Consequentemente, cada cor é provida de um ou mais significados específicos. Tomemos, como exemplo, a cor vermelha.





O vermelho é, mundialmente, associado à proibição, ao impedimento, não só no código da estrada mas a nível geral.



É, também, associado ao ideal da liberdade, principalmente após a Revolução dos Cravos a 25 de Abril de 1974, colocados nas extremidades das armas dos soldados.



Politicamente, a cor vermelha é sempre associada à ideologia comunista.



Finalmente, é também associada ao sentimento amoroso, mundialmente.

Terceira proposta de trabalho - Cor - terceiro resultado final

Original

Alterada

Neste exercício de manipulação da cor, pegamos numa fotografia de um rebanho de ovelhas. Nessa primeira imagem, nada mais há a assimilar do que o facto de se tratar de um aglomerado uniforme e anónimo de ovelhas, não existe nenhum outro elemento visual que conduza a uma leitura diferente.
Contudo, a simples modificação da cor de uma das ovelhas, visível na imagem manipulada, inverte esta situação. A ovelha da extrema direita passa a ser escura, estabelecendo, assim, um contraste com as restantes ovelhas, que mantém a cor original. Na nova imagem destaca-se a “ovelha negra” das restantes ovelhas, que permanecem anónimas e uniformes.
Esta pequena modificação conduz a uma inversão comunicativa muito grande. Na primeira imagem, como dissemos, vemos um rebanho, nada mais. Na segunda, vemos a famosa ovelha negra, que se diferencia das restantes. Esta nova imagem passa a integrar um significado alargado, na medida em que ilustra a simbologia da ovelha negra nas sociedades humanas: o elemento desenquadrado ou descontextualizado, aquele que não se integra numa dada comunidade ou conjunto homogéneo de pessoas.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Quarta proposta de trabalho - Infografia (Rua do Almada)

Memória descritiva da quarta proposta de trabalho - Infografia




Optámos por realizar uma tipografia acerca da Rua do Almada, no Porto, como forma de promover a "almadarua" que a maioria das pessoas desconhece.
Vulgarmente conhecida como o centro de comércio ferrageiro da cidade, muitas são as lojas que, nos últimos anos, têm vindo a aparecer e a alterar essa realidade.

O nosso objectivo principal foi conceder-lhe um ar retro, artístico, que se afastasse do conceito do comércio ferrageiro. Para a realização desse fim, colocámos na imagem o carro antigo (o que transmite, também, a ideia de movimento, de rua), a barra central em cores fortes (que pretende ser a própria rua, em linha recta) as placas de direcção em madeira e o fundo em tons sépia. Na zona inferior da imagem estão presentes as lojas focadas no nosso trabalho com o respectivo número da porta e uma brevíssima descrição do que podemos encontrar em cada uma delas.
No número 275, a Embaixada Lomográfica do Porto partilha o espaço com a Louie Louie, uma loja de cd's, vinis e dvd's, desde as últimas novidades aos clássicos, novos ou usados.
A Nove Vidas, no número 289, dedica-se ao restauro de objectos, jóias e mobiliário antigo, aos quais é concedida uma "nova vida".
No número 415, a Retrato do que Vejo é um espaço de artesanato urbano, design de moda, ilustração e joalharia contemporânea, que, para além de local de venda, é também o espaço da própria concepção das peças.
Maria Vai Com as Outras, no número 443, é uma loja de livros, revistas, artesanato, mobiliário, vinhos, galeria e café-concerto, que, em algumas noites, torna-se também num bar.
No número 448, a Zona 6 apresenta-se como um espaço destinado à gravação de vinil, à realização de eventos e à venda de discos, equipamento áudio e acessórios e DJ.
A Naturarte, no número 536, é um projecto de partilha de novas tendências que pretende abrir espaço à colaboração de vários artesãos do país, aliando os novos conceitos do artesanato moderno à sabedoria das tradições.

Finalmente, a Casa Almada, no número 544, é especializada em móveis, iluminação e arquitectura do século XX. 
Apesar de termos visitado mais lojas no decorrer do nosso trabalho, chegámos à conclusão de que não seria viável colocá-las a todas na imagem, essencialmente por falta de espaço. Assim, optámos por excluir a African Art, a Jorge Cardoso Roupagens e a Branco Simples, por não se aproximarem tanto do conceito que queríamos transmitir.
Concluindo, a essência jornalística da nossa infografia está presente na transmissão de uma ideia geralmente desconhecida na cidade do Porto - a rua do Almada como um local criativo e dinâmico. O texto que se encontra na parte superior pretende, exactamente, comunicar isso mesmo, estabelecendo o contraste entre as duas faces da rua - centro de comércio ferrageiro do Porto vs. comércio alternativo. Apesar de não termos presente uma rua que corresponda à realidade, todas as lojas abordadas contêm a identificação da sua localização através do número da porta, por ordem crescente (no sentido da Praça da Liberdade até à Praça da República), o que permite uma fácil descoberta das mesmas ao longo da rua.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Terceira proposta de trabalho - Cor - segundo resultado final

 Original



Alterada


Neste caso, optámos por abordar a ideia pré-formada de que se associa a cor azul aos rapazes e, por sua vez, o cor-de-rosa às raparigas. Desta forma, trabalhámos uma imagem em que cada um estivesse com a sua cor "respectiva", trocando-as no resultado final. Invertemos a comunicação, na medida em que boicotámos o estereótipo das cores associadas ao sexo das crianças. Porque não o azul para a menina e o cor-de-rosa para o menino? A nova imagem vem, assim, relativizar a importância desta convenção social, na medida em que a inversão das cores não altera, de facto, o sexo de nenhuma das crianças.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Terceira proposta de trabalho - Cor - primeiro resultado final



A primeira imagem escolhida para manipulação da cor, de forma a inverter a intenção comunicativa, remete para a mulher perfeita dos anos 50 - a chamada perfect housewife. Esta era uma imagem frequente nas revistas da época e ilustrava a ideologia do papel da mulher na sociedade, como dona de casa (a "fada do lar" na versão portuguesa). Nesta proposta de trabalho, em que a mensagem comunicada deveria ser modificada através da edição de cor, achámos engraçado mudar a cor da pele da senhora na imagem, tornando-a numa mulher de pele negra. Isto porque, tratando-se de uma imagem dos anos 50, época onde ainda dominavam valores racistas, principalmente na classe social representada na imagem, seria impossível o surgimento de uma publicidade com uma mulher negra no papel central, esperando que o marido (branco!) chegasse a casa. 
A imagem criada vem transmitir duas novas mensagens. Além de ser uma resposta sarcástica à "mulher perfeita" anunciada nas revistas, é um protesto assumido contra o racismo e a segregação racial. A ideia foi deturpar toda a essência da primeira imagem e ainda alertar para outra problema enfrentado, ao longo da história, na sociedade ocidental. 
Se na primeira imagem lemos "a mulher perfeita é aquela que espera o marido em casa, com o jantar feito e a casa limpa", na segunda imagem lemos "a imagem da mulher perfeita é tão absurda como o racismo".
O objectivo deste trabalho não era abordar questões de racismo ou do papel da mulher na sociedade, apenas achámos que, neste caso, a mudança da cor da pele conduziu, de facto, a uma total mudança da intenção comunicativa da primeira imagem.

A importância da cor (alguns exemplos)

Estações do ano
Indicações

Sentimentos, emoções

Política

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Segunda proposta de trabalho - Tipografia - Ricardo Reis






Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira rio,
Pagã triste e com flores no regaço.

Nesta composição tipográfica de Ricardo Reis, realizada a partir dos versos acima apresentados e retirados do poema "Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio", decidimos dar especial importância ao factor memória, representando, assim, uma mancha negra indefinida (tal como a própria memória humana, esta é uma ausência de exactidão), que pretende exactamente transmitir a ideia da memória do poeta acerca de uma certa realidade - Lídia à beira rio. Por isso, tudo aquilo que o sujeito poético descreve como uma recordação foi, assim, inserido no interior da mancha, por não fazer parte de um acontecimento presente mas, sim, recordado.
As linhas apresentam uma ligeira sinuosidade por estarem estreitamente ligadas ao termo "rio" presente nos versos, concebendo, assim, alguma dinâmica à composição visual. 

Segunda proposta de trabalho - Tipografia - Alberto Caeiro




Tristes das almas humanas que põem tudo em ordem
Que traçam linhas de coisa a coisa
Que põem letreiros com nomes nas árvores absolutamente reais
E traçam paralelos de latitude e longitude
Sobre a própria terra inocente mais verde e florida que isso!

Alberto Caeiro é o mestre de Fernando Pessoa e dos restantes heterónimos, porque considera que existir é uma alegria e que essa existência deve abolir o pensamento. Para ele, o pensamento “envenena” e falsifica a realidade e, portanto, o ser humano deve ver as coisas como elas são, no seu estado natural. Daí que venere a Natureza e procure senti-la em plenitude. Este excerto do poema “Um renque de árvores” resume bem a sua visão sobre o mundo e a nossa composição tipográfica também pretende retratar os aspectos referidos acima.
Esta imagem apresenta uma divisão. Só algumas partes do excerto foram consideradas “dignas” de um trabalho mais complexo. É relativa à própria divisão que observamos no excerto em questão: a divisão para a qual o  poeta alerta. Alberto Caeiro fala-nos nas “almas humanas que põem tudo em ordem” e que “traçam paralelos de latitude e longitude/ Sobre a própria terra inocente”. Estabelece desde logo o antagonismo entre o vício humano de intelectualizar a realidade e a capacidade de desfrutar a própria Natureza. Portanto, nesta composição, decidimos colocar os versos que descrevem essa “triste” atitude do ser humano ordenados em poema (respeitando o esquema formal da poesia) precisamente para comunicar esses aspectos relativos ao intelecto humano e que comandam a existência (a lógica, a forma, etc.). Por outro lado, e para estabelecer o contraste, decidimos investir nos elementos que Alberto Caeiro valoriza e que constituem a única verdade: daí as partes do poema referentes às “árvores absolutamente reais” e à “própria terra inocente mais verde e florida que isso” sirvam de base para ilustração tipográfica de uma árvore e da terra. A terra e a árvore destacam-se, transmitindo, assim, a crença do poeta num mundo sem sombras e que deve ser sentido através da simplicidade da Natureza.

domingo, 3 de abril de 2011

Segunda proposta de trabalho - Tipografia - Álvaro de Campos



Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!


Álvaro de Campos era engenheiro naval e adepto da vanguarda futurista. Este verso é parte integrante da “Ode Triunfal”, poema escrito na fase futurista do poeta. Nesta fase, o heterónimo procura espelhar a civilização industrial através de uma poesia de exaltação à máquina, de sensações modernas, de energia e de um excesso algo doloroso. A composição realizada procura comunicar todos estes aspectos e ilustrar os elementos descritos no verso em questão.
Concordámos que as cores preto, cinzento e branco seriam adequadas para fazer o trabalho, por transmitirem (principalmente o preto) a angústia existencial que atravessava o poeta, e por serem predominantes em contextos industriais.
No conjunto, a imagem representa um maquinismo em funcionamento, procurando precisamente transmitir a dinâmica e a “fúria” desse sistema de “rodas” e “engrenagens”. Nesta composição tipográfica, as frases extraídas do poema em questão ocupam o lugar das engrenagens, enquanto o restante texto de vinte e quatro linhas foi trabalhado com o objectivo de constituir as rodas da estrutura mecânica.
Optámos por separar a parte referente ao “r-r-r-r-r-r-r eterno” do mecanismo, colocando-a verticalmente na extremidade direita da página. Fizemo-lo para reforçar a ideia de conjunto e porque pensámos que seria uma forma harmoniosa de incluir a onomatopeia presente no verso. Portanto, quando vemos a imagem, observamos a presença do maquinismo, e, a seu lado, representado de uma forma diferente, o som que dele provém. Utilizámos também o efeito “inner bevel” numa parte do texto, o que permitiu que as palavras fossem revestidas com um efeito metalizado, próprio das máquinas.

Com tudo isto, o trabalho realizado ilustra o mecanismo (composto pelas palavras que a ele são inerentes – “rodas”, “engrenagens”, “maquinismo”, “espasmo”, “fúria”) e destaca o intenso som provocado, aspecto reforçado pela presença do ponto de exclamação.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Apresentação do primeiro projecto

Capa do cd

Bolacha do cd


A imagem criada corresponde à mensagem transmitida na música, ilustrando, na nossa opinião, de forma clara, a divisão cantada pelo artista. Assim, na capa do CD, representámos um mundo dividido, na horizontal, por um muro. Na parte de cima, observamos pessoas alegres a saltar, uma criança a brincar, enfim, situações de alegria, em que se partilham sensações positivas. O ambiente é de luz, de festa e de calor, os corpos humanos são enérgicos e revestidos de cor.
Na parte de baixo, pelo contrário, observamos situações de solidão, que contrastam com a alegria anunciada na parte de cima. Não há contacto entre ninguém, as pessoas apresentam uma postura cabisbaixa, indiferente, e sem cor.
Contudo, esta separação não é rígida, existe a possibilidade de mudar (o change presente na música). A colocação das escadas assinala essa possibilidade: duas senhoras sobem essas escadas, marcando a transição do mundo negativo para o mundo positivo. A presença de cor no corpo da senhora que chega à parte de cima, simboliza o corte com o mundo de baixo, no momento em que trespassa, finalmente, o muro.

São vários os elementos básicos e técnicas de comunicação visual presentes nesta imagem. Em primeiro lugar, a linha, que, através dos contornos, indica a forma dos corpos humanos, do mundo, dos tijolos ou dos raios solares. São também constituídas formas, como o círculo, na representação do globo e dos focos de luz e de sol da parte de cima da imagem, e múltiplos paralelepípedos que se encaixam uns nos outros, constituindo os tijolos do muro. A utilização do círculo remete para a infinitude e confere uma direcção curvilínea ao desenho, o que expressa a respectiva abrangência espacial. A utilização dos paralelepípedos para representar o muro ilustra, por outro lado, a rigidez física (e psicológica, se quisermos) do objecto em questão. 
A cor é outro elemento importante na leitura da imagem criada, porque permite uma distinção imediata entre a parte de cima do muro e a parte de baixo e, mais do que isso, expressa os significados de cada situação.
Do lado de cima, observamos um mundo de cor: o globo é colorido (o azul do mar, o verde do território e o cinzento das nuvens indica que se trata do mundo), os corpos são cor-de-laranja e a imagem de fundo varia entre diferentes tons de amarelo e cor-de-laranja. A utilização destes matizes confere um valor simbólico forte à imagem: a imagem de cima expressa calor, luz, energia, enfim, o positivismo necessário à representação visual da uma das realidades cantadas na música.
 Em termos de dimensão, importa referir que não utilizámos a técnica da perspectiva, pelo que a justaposição de tons (a gradação tonal permite ilustrar a dimensão nas representações bidimensionais) também não foi necessária. Está presente apenas na imagem do globo, cuja cor escurece nas extremidades, para criar a ilusão de sombra e, portanto, da existência de um plano maior do que vemos na imagem.
Por último, falando do elemento escala, é bastante óbvio que não respeitamos a escala real entre os elementos ilustrados, porque, dessa forma, seria impossível colocar elementos visíveis no mesmo plano do mundo. Contudo, o objectivo deste trabalho era mesmo esse: criar uma imagem com conteúdo simbólico, não real.
Relativamente às técnicas de comunicação visual presentes na imagem, verifica-se, em primeiro lugar, um forte de contraste entre a parte de cima da imagem (a cores) e a parte de baixo (a preto e branco), que remete para a divisão anunciada na letra da música. No interior das respectivas partes, procurámos, também, que o contraste tornasse a imagem legível: na parte de cima, optámos por investir na saturação do cor-de-laranja das formas, o que lhes confere maior contaste sobre o fundo, e na parte de baixo, revestimos as formas de branco e de cinzento, o que permite, igualmente, uma grande legibilidade.

Elementos básicos e técnicas da comunicação visual





A razão da escolha da minha imagem está relacionada, obviamente, com a quantidade de elementos e técnicas que nela reconheci, julgando-a, assim, um bom objecto de análise para a redacção do meu trabalho teórico.
No que diz respeito aos elementos básicos, identifico a linha, a direcção, o tom, a cor, a escala, a dimensão e o movimento.
A linha, em primeiro lugar, surge como uma marca contínua e precisa, contendo uma direcção e um propósito definidos. Neste caso concreto é utilizada de forma flexível, ainda que disciplinada, em todos os traços coloridos da imagem. Estas linhas contêm, portanto, uma direcção curva, conferindo uma ideia de movimento a quem a visualizar.
A imagem contém também cor. Aliás, nela se reúnem as três cores primárias: amarelo, vermelho e azul, ainda que em diferentes tons. Analisando superficialmente a imagem, identificamos também a cor verde, e, na zona superior, podemos identificá-la entre o amarelo a o azul, cores primárias que, quando misturadas, dão origem ao verde. Ainda dentro do tema da cor, podemos afirmar que, neste caso concreto, identificamos também as três dimensões que se podem definir neste elemento básico: a matiz (nas já referidas cores primárias), a saturação (referindo-se à pureza da cor face ao cinzento, esta imagem é extremamente elucidativa, uma vez que o próprio fundo é, precisamente, cinzento, fazendo realçar todas as outras cores) e, finalmente, o brilho (indo da luz à escuridão, esta dimensão está presente na zona inferior da imagem, onde a cor vermelha perde imenso brilho em comparação à sua representação numa zona mais acima).
Como já referi, a imagem contém também diferentes tons de cada cor, que avançam gradualmente à medida que se aproximam da cor seguinte, conferindo à imagem alguma ideia de dimensão, devido às luzes e sombras.
Finalmente, a escala encontra-se, obviamente, presente nas letras, onde, através da introdução de letras maiores/menores, se pode alterar a percepção do homem. As letras onde se pode ler “música viva” parecem-nos, assim, enormes perante as letras do texto imediatamente abaixo.

Referentemente às técnicas da comunicação visual, posso afirmar que identifico, nesta imagem, a assimetria, a irregularidade, a espontaneidade, a actividade, a ousadia, o ênfase e a opacidade.
A assimetria, pois nenhuma unidade situada de um lado de uma linha central é rigorosamente repetida do outro lado. A espontaneidade, como um elemento caracterizado pela emoção, pelo impulso e pela liberdade. A actividade, reflectida no movimento da linha, assim como a ousadia. O ênfase, não só nas cores em contraste com o fundo cinzento escuro, mas principalmente nas palavras brancas do canto inferior direito. Finalmente, a opacidade, pois nenhum dos elementos da imagem envolve detalhes visuais através dos quais se pode ver.


segunda-feira, 14 de março de 2011

Primeiro projecto

Como primeiro trabalho prático para a cadeira de Design e Comunicação Visual, foi-nos proposta a realização de uma capa de cd a partir de sete palavras seleccionadas de uma música ao nosso critério, tendo, como base, os elementos e as estratégias da comunicação visual.

Assim, e após algum período de indecisão, optámos pela música “Within You, Without You”, do álbum “Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band”, dos Beatles, escrita por George Harrison. A letra da música descreve a falta de proximidade, de partilha e de gestos de amor entre as pessoas, afirmando que são esses mesmos gestos que podem “salvar o mundo” e que, se o homem olhar para além de si mesmo, poderá então atingir um estado de paz. Resumidamente, o autor da música apresenta as atitudes e a postura que, na sua opinião, são as menos correctas para o alcance da felicidade (não só pessoal mas também comum), expondo, em contraste, aquelas que lhe parecem mais indicadas. A partir daqui, as sete palavras que escolhemos foram: space, wall, cold, love, share, change e world. As primeiras três contrastam com as restantes e, por fim, a última palavra pareceu-nos ideal para incluir a sua representação visual na capa do cd, uma vez que aquilo que George Harrison referiu na sua letra se processa a uma escala global.

O que projectámos visualmente foi, então, o planeta Terra dividido na horizontal por um muro, apresentando, na parte inferior, as atitudes consideradas erradas e, na parte superior, as atitudes correctas, tentando transmitir a ideia de ascensão de umas para outras através de uma figura humana a atravessar o muro.

No que toca à aplicação da nossa ideia na prática, parece-nos, até agora, que não teremos problemas de maior dimensão, continuando, no período externo ao horário lectivo, a trabalhar na realização da capa do cd.